sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Verde ou Vermelha? Eis a questão!

Quem não conhece Monte Alegre e vier passar férias ou visitar a cidade no período eleitoral vai ficar extasiado com a paixão do montealegrense pela política. Ao contrário dos grandes centros, em que a política para a maioria dos eleitores é indiferente, o eleitor montealegrense é fascinado por política tanto quanto o brasileiro é por futebol. Essa paixão não se limita ao período eleitoral - ela dura quatro anos, ou seja, assim que termina uma campanha, os eleitores já começam a especular sobre a próxima.

Apesar de, algumas vezes, haver concorrência de três candidatos ao cargo de prefeito, na política montealegrense a eleição sempre é decidida basicamente por dois lados. A partir da eleição de 2004, a escolha de uma cor e o uso de bandeiras tiveram uma nova influência no aspecto visual das campanhas. Dessa forma, cada lado vem sendo identificado por uma determinada cor. Este ano, a Coligação O PROGRESSO CONTINUA assumiu a cor VERMELHA, enquanto a Coligação AGORA É A VEZ DO POVO ficou identificada pela cor VERDE.

O voto é secreto, no entanto, movido pela paixão política, o eleitor montealegrense sempre busca uma forma de se identificar com um dos lados. A neutralidade não tem vez. É uma atitude expontânea. Ele quer extravasar sua emoção, sua motivação na campanha do seu candidato. 

Nas famosas "pisadinhas" realizadas na campanha eleitoral do candidato Aragão, muitos eleitores foram vítimas de violência por parte de alguns eleitores da oposição. Qualquer pessoa de bom senso concluiria que tais cidadãos deixariam de participar desses atos públicos ou tais casos afastariam os demais eleitores das próximas passeatas. Pelo contrário, tais atos somente fortaleciam as novas manifestações. 

Hoje, o site NE NOTÍCIAS (http://www.nenoticias.com.br/), veiculou uma matéria, sob o título "Ministério Público processa candidatos em Monte Alegre".  Segundo consta no artigo, "o Ministério público do Estado de Sergipe, através da Promotoria Eleitoral de Porto da Folha, ajuizou ação contra o prefeito e vice-prefeito reeleitos para a prefeitura do município de Monte Alegre em virtude de captação e gastos ilícitos durante sua campanha".

Leia a matéria completa - clique neste link:
http://www.nenoticias.com.br/lery.php?var=1227525225&word=monte%20alegre

Este trecho chamou minha atenção:
"Segundo dados da ação no dia da eleição o abuso se tornou evidente, tendo-se em vista que a cidade amanheceu vermelha, o que, para a Promotora de Justiça Ana Paula Viana, “além de ser uma forma de propaganda das mais contagiantes, inclusive é apta a cooptação do voto do eleitor ainda porventura indeciso”. 

Vou fazer algumas ponderações a respeito desta matéria. 

- É expressamente proibido, através da lei eleitoral, que as coligações distribuam camisas. 

- É verdade também que o eleitor, no dia da eleição, tem liberdade de expressão, ou seja, pode ir enfeitado (inclusive com bandeiras), defendendo as cores do seu partido, desde que ele não distribua material de campanha, nem tente convencer os demais eleitores para votar no seu candidato. 

- Agora, sejamos sinceros:
1º) No dia da eleição a manifestação visual, através das cores, foi praticada somente por um lado? Ora, a padronização de cores estava presente entre os eleitores de ambos os candidatos. Tanto é que quando membros da justiça eleitoral temeram que pudesse haver um confronto entre eleitores rivais, ordenou que a polícia militar separasse-os em dois pelotões EXATAMENTE PELA COR DA CAMISA, proibindo, inclusive que o eleitor penetrasse no lado contrário.
2º) Cá pra nós, a cidade amanheceu VERMELHA? Quem amanheceu em Monte Alegre sabe que não. Basta conferir os textos produzidos por cidadãos montealegrenses e publicados na internet, após o dia da eleição, que vai comprovar que a situação foi CONTRÁRIA. 

De qualquer forma, o processo está andando e, acredito eu, que outros ainda serão ajuizados contra candidatos montealegrenses nessa campanha eleitoral.

É esperar pra ver.